sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A Escolha é Sua! Será ?

Certa vez perguntei a uma adolescente sobre sua razão motivadora para a colocar um piercing tipo argola no septo nasal e a resposta foi enfática: “Fiz porque eu gosto, acho legal!”. Pedi a adolescente que fechasse os olhos e se imaginasse sozinha no mundo, sem familiares, sem amigos, sem ninguém. Tratei de conduzi-la brevemente pelo “livre mundo da imaginação” assegurando-lhe que sob esta perspectiva poderia fazer tudo que gostasse e fosse de seu desejo, inclusive a colocação de quantos piercings quisesse, por um método de auto-aplicação e sem sentir qualquer dor.
Após alguns instantes, envolvida pelos pensamentos sugeridos, ela balançou a cabeça de um lado para o outro, sorriu e disse que desse modo não via nenhuma graça para colocar qualquer tipo de piercing e que tudo agora lhe parecia absolutamente sem sentido.
Pela influência da cultura e induzidos pela mídia que massifica e impõe valores e bens de consumo, enfatizamos a personalidade social ao mesmo tempo em que nos distanciamos da essência natural individual. Estamos tão imersos neste contexto que sequer nos damos conta, tornando-nos reféns inconscientes deste processo.
A avaliação do individuo se torna constante e automática em função de seu papel social e dos valores a ele agregado. Onde ele trabalha, o seu grau acadêmico, o seu grupo de influência, suas roupas, o que possui, etc. Julga e avalia. É avaliado e julgado. Toda hora, todo tempo!
O homem faz suas escolhas de acordo com o que lhe é dado para escolher e estas escolhas são baseadas e norteadas por uma escala a qual ele está submetido – e subjugado. Acredita na exclusividade de sua posição e defende o modelo que o orienta como se fosse a mãe que briga por sua cria.
Muitas vezes, com o pretenso desejo de ser diferente, o homem apenas recria e reproduz os modelos de sua referência. Como cantava Elis Regina: “...minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos, ainda somos os mesmos como os nossos pais...”
E acreditamos que de fato as nossas escolhas são motivadas exclusivamente pelos nossos desejos e vontades!

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